São Paulo — A Polícia Civil desarticulou parte de uma quadrilha que aplicava o chamado “golpe das flores” no interior de São Paulo. A prática consistia em mandar flores para uma vítima, que era fotografada em seguida para confirmar o recebimento — mas a foto, na verdade, era usada como reconhecimento facial na liberação de um financiamento de até R$ 70 mil.
De acordo com a polícia, o golpe costumava ser praticado no dia do aniversário da vítima. Ao receber as flores, ela não desconfiava. O entregador pedia a foto em seguida, para confirmar ao remetente que o “presente” foi entregue.
Com a foto da pessoa, a quadrilha conseguia a aprovação de crédito da vítima para o financiamento de um veículo usado, pois a imagem era usada como uma espécie de “ digital”.
Uma das pessoas fotografadas conta que, pouco tempo depois de ganhar as flores, recebeu em casa um carnê com 60 parcelas de R$ 2,2 mil.
“[O entregador dizia que] Depois que ele me entregasse as flores, que confirmasse que ele me entregou, eu iria receber o vídeo de quem teria me mandado as flores”, contou a vítima.
O esquema do golpe das flores foi divulgado nesse domingo (7/4) pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Revendedora de veículos
Segundo a polícia, uma revendedora de veículos usados de Presidente Venceslau está no centro das investigações. Os carros eram vendidos pelo estabelecimento, que também encaminhava os pedidos de crédito das vítimas a uma financiadora.
O golpe lesava três pessoas: a pessoa que recebia as flores e tinha o nome usado indevidamente em um financiamento, o banco que liberava o dinheiro e o verdadeiro dono do veículo envolvido na transação — pois sobre esse carro avam a recair restrições por falta de pagamento.
Uma operação realizada na semana ada culminou na prisão de Murilo de Souza Gerônimo, dono da revendedora de veículos,. e Magno Prado em Presidente Venceslau. Denilson Dalberti, apontado como mentor da operação, foi detido em Curitiba.
Jhonata Maurício de Souza, que seria o entregador das flores, está foragido. Além deles, outras três pessoas estão sendo investigadas. A polícia também apura como a quadrilha tinha o aos dados das vítimas.