Duas pessoas foram presas durante a sexta fase da Operação Incursões Sararé, na Terra Indígena Sararé, localizada na zona rural de Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, nesta sexta-feira (18). Um dos presos é suspeito de porte ilegal de arma de fogo de uso , usurpação de bem da União e crime ambiental, enquanto o outro é investigado por transporte irregular de produto perigoso.
Participaram da operação: A Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Força Nacional, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Polícia Civil, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
De acordo com os agentes que atuaram na operação, as ações da sexta fase foram encerradas nesta sexta. Além das prisões, a ação integrada resultou na apreensão de 45 gramas de ouro, quatro antenas, um fuzil, três escopetas, duas pistolas e mil litros de óleo diesel.
Segundo a investigação, a operação foi deflagrada com o intuito de “combater crimes ambientais e atividades ilegais na fronteira, com foco na extração ilegal de ouro e na usurpação de bens da União”.
No local também foi realizada a destruição de motores estacionários e onze escavadeiras, que foram encontradas em “toda a extensão da Terra Indígena Sararé”.
Mesmo com o encerramento das atividades em campo, a polícia informou que as investigações continuarão para identificar os financiadores da atividade ilegal e o possível envolvimento de proprietários rurais da região.
A operação apontou que os garimpeiros extraíam o ouro e financiavam diretamente a degradação do meio ambiente, gerando um enorme dano social e provocando desequilíbrios no mercado financeiro local.
Chacina na Sararé
Há três semanas, quatro pessoas morreram e uma ficou ferida em uma chacina em um garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé. Duas vítimas foram identificadas como Fabio Tavares Siriano, de 33 anos e a esposa, Flavia Melo Miranda Soares, de 20 anos.
Flávia Miranda é natural do Acre e teria ido ao garimpo encontrar o marido, Fábio.
De acordo com o delegado João Paulo Berté, a chacina teria sido motivada após uma briga dentro do garimpo, por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos tenham ligação com organização criminosa.