Por Marcelo Marreta
A recente eleição em Cuiabá foi um marco significativo para a política de Mato Grosso e para o Partido dos Trabalhadores (PT). A vitória do deputado federal Abílio Brunini (PL), que conquistou 53,80% dos votos, não só confirmou a força da direita bolsonarista na capital mato-grossense, mas também escancarou a derrocada do PT no estado e, por extensão, a nível nacional.
Lúdio Cabral, o candidato do PT, entrou na disputa do segundo turno munido de um forte apoio financeiro e político, contando com uma verdadeira “tropa de elite” de megaempresários do agronegócio. Nomes como Elusmar Maggi, conhecido como o “Rei da Soja”, e seu irmão Eraí Maggi, além de outros aliados influentes, como o ministro Carlos Fávaro, não foram suficientes para reverter a tendência que se consolidou nas urnas.
Essa derrota em Cuiabá não é um caso isolado. Na verdade, ela simboliza a queda livre do PT no estado, que se viu incapaz de comandar qualquer município, mesmo após lançar 21 candidaturas que foram todas rejeitadas nas urnas. Municípios como Alto Araguaia, Araguaiana, Arenápolis, Barra do Garças, Confresa, Juína, Mirassol D’Oeste, Sapezal, Várzea Grande entre outros, viram candidatos do partido serem derrotados, evidenciando uma rejeição generalizada à legenda.
A vitória de Abílio Brunini e a derrota de Lúdio Cabral representam mais do que uma mudança de guardas; elas sinalizam uma nova era política em Mato Grosso, onde o conservadorismo, fortemente alinhado com a figura de Jair Bolsonaro, se tornou a principal força política. O PT agora se vê em uma posição precarizada, lutando para encontrar um caminho de volta ao poder em um cenário que parece cada vez mais hostil.
Este resultado pode ser considerado um ‘game over’ para os planos do PT em Mato Grosso, uma vez que a legenda não apenas perdeu uma eleição crucial, mas também enfrentou uma rejeição alarmante em todo o estado.
O futuro do partido em Mato Grosso é incerto, e a necessidade de uma reavaliação profunda de suas estratégias e alianças se torna evidente se deseja ressurgir em um ambiente político que, agora, parece estar dominado pelos ideais da direita conservadora.
