O Ministério da Saúde da Argentina confirmou, segunda-feira (26), a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS). No anúncio, a pasta argumentou que as evidências indicam que as recomendações da entidade não funcionam, pois se baseiam em interesses políticos e não na ciência.
“A OMS optou por ampliar poderes que não lhe correspondem e condicionar a soberania sanitária dos países. Diante disso, é urgente que a comunidade internacional repense o significado das organizações supranacionais: se são financiadas por todos, devem prestar contas, cumprir os propósitos para os quais foram criadas e não se tornar plataformas de imposição política sobre os Estados membros”, disse.
Em fevereiro, o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, havia comunicado a saída do país da OMS. O político seguiu a decisão do presidente dos Estados Unidos, que, poucos dias antes, assinou um decreto determinando a retirada de Washington do órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Além da confirmação da medida, feita ao durante visita do secretário de Saúde norte-americano, Robert Kennedy Jr, o Ministério da Saúde anunciou uma série de mudanças no setor. Entre elas está a produção de vacinas, que agora serão submetidas a estudos clínicos com placebo como padrão mínimo, conforme exigido para outros produtos médicos. Um dos primeiros será o imunizante contra a Covid-19.
“Revisar não é negar: é exigir mais evidências, não menos. Essa abordagem busca aumentar o rigor do processo e fortalecer a confiança pública com base em dados comparáveis, íveis e verificáveis”, disse a pasta. “Ao mesmo tempo, campanhas de vacinação seguras, como a do sarampo, com eficácia comprovada e consenso internacional, são mantidas e fortalecidas”, completou.
O ministério também iniciará uma agenda para revisar e restringir o uso de aditivos sintéticos potencialmente arriscados em produtos alimentícios, visando garantir uma alimentação mais segura, especialmente para crianças. A iniciativa ainda questiona o papel de certos ingredientes usados pela indústria alimentícia e sua possível ligação com o aumento de doenças crônicas.