Uma investigação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias de milhões de brasileiros. Segundo dados apurados, só em 2024, cerca de R$ 2,8 bilhões foram descontados dos salários de aproximadamente 6 milhões de aposentados, muitos deles sem sequer saber a origem desses descontos.
O caso não é novo, mas ganhou proporções alarmantes nos últimos anos. Em 2022, último ano do governo Bolsonaro, cerca de R$ 700 milhões a título de benefícios assistenciais foram descontados dos salários dos aposentados. Saltou para R$ 1,3 bilhão no primeiro ano do governo Lula. E, ano ado, em 2024, foi à estratosfera: R$ 2,8 bilhões. A informação é que quase 6 milhões de aposentados tiveram seus salários
Esses descontos, em tese, seriam contribuições para associações de aposentados, que deveriam oferecer serviços como assistência jurídica. No entanto, a investigação aponta fortes indícios de fraudes e irregularidades, com suspeitas de que muitos dos beneficiários nunca autorizaram tais descontos. O governo federal recebeu mais de 190 mil reclamações de aposentados que não reconheciam os valores descontados em seus benefícios.
A operação deflagrada nesta semana trouxe à tona o luxo ostentado por alguns dos investigados: em endereços ligados ao esquema, a Polícia Federal encontrou automóveis avaliados em até R$ 15 milhões, evidenciando o enriquecimento ilícito de alguns envolvidos.
As suspeitas também recaem sobre servidores do INSS e até mesmo sobre o presidente do instituto, acusado de, no mínimo, omissão na fiscalização. A Polícia Federal pediu o afastamento de diversos funcionários, e o presidente do INSS pediu demissão após ser informado da operação – decisão tomada rapidamente pelo presidente Lula, que foi notificado das investigações logo ao amanhecer.
O governo ressalta que a investigação foi conduzida pela CGU, órgão vinculado ao próprio Executivo, demonstrando interesse em apurar e punir eventuais irregularidades. O caso lança luz sobre a necessidade de maior transparência e fiscalização nos descontos realizados nas aposentadorias, protegendo milhões de brasileiros que dependem desses recursos para viver.
