Tentativa frustrada de invadir urna eletrônica e invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça para expedição de falsos mandados de soltura. Pior: para expedir, também, um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Essa foi a trama que levou a Polícia Federal, por ordem do próprio Moraes, a deflagrar ontem a Operação 3FA, com a prisão de Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da “Vaza Jato”, e busca e apreensão em quatro endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), com autorização para recolher aportes, armas, celulares e bens acima de R$ 10 mil.
Os crimes investigados são invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Segundo depoimento do hacker à PF em junho, que motivou a ação de ontem, Zambelli fez contato em setembro ado para que ele “invadisse a urna eletrônica, ou qualquer sistema da Justiça, para demonstrar a fragilidade do sistema judicial pátrio”. Jair Bolsonaro também foi mencionado por Delgatti.
Ele relatou que se encontrou com o então presidente no Palácio da Alvorada e foi questionado se, “munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”. O hacker não conseguiu “mesmo após diversas tentativas”. Em coletiva após a operação, Zambelli tentou blindar o ex-presidente. Sobre a invasão do sistema do CNJ, Delgatti afirmou que Bolsonaro “não teve qualquer relação”. (Estadão)