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    Família de acreana morta durante chacina em garimpo ilegal dentro de terra indígena no MT diz que jovem ‘estava no lugar errado’

    Ainda abalados pela tragédia, a família de Flávia Melo de Miranda Soares, de 20 anos, tenta entender o que aconteceu com a jovem assassinada em um garimpo ilegal na segunda-feira (23).

    “Não temos informações direito, falam muita coisa. O que sabemos é que entraram atirando em todo mundo, era uma briga por terra. Ela estava no lugar errado e hora errada”, contou Daniele.

    O caso ocorreu Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. Quatro pessoas morreram e uma ficou ferida.

    Inconsolados, os familiares precisaram correr contra o tempo para arrecadar recursos para o translado do corpo da jovem que chega em Rio Branco na manhã desta quarta (25). A informação foi confirmada ao g1 por Daniele Soares, irmã de Flávia.

    Fábio Tavares Siriano, de 33 anos, marido de Flávia, sobreviveu ao ataque e está hospitalizado. De acordo com a polícia, a chacina teria sido motivada após uma briga dentro do garimpo, por área de exploração.

    Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos tenham ligação com organizações criminosas. Veja detalhes do crime abaixo.

    Família não conhecia marido da jovem
    Ainda segundo a irmã, Flávia se mudou para Porto Velho, em Rondônia, há cerca de um ano. Há oito meses, após conhecer o marido, a jovem ficava entre a cidade de Pontes e Lacerda e a capital rondoniense enquanto Fábio trabalhava no garimpo.

    O crime ocorreu em uma destas visitas. Durante o ataque, a jovem foi atingida com um tiro no pé e sangrou bastante até chegar ao hospital.

    “Ele [Fábio] trabalhava lá [no garimpo]. Sei que ele está vivo, ou por cirurgia e queremos saber mais informações. A gente não perguntava muito sobre esse marido dela, não sabemos muito o que fazia”, complementou.

    A família contou também que Flávia trabalhava vendendo semijoias e, antes de ir para o garimpo, avisou ao pai, que mora em Rio Branco.

    “Todo dia ela ligava e falava com a gente. Há um mês estivemos em Porto Velho, nos encontramos. Ela avisou para o meu pai que ia ver ele [Fábio], mas era normal. Ela ficava de um a dois dias e depois voltava [para Porto Velho]”, contou.

    Flávia e o marido foram socorridos por moradores próximos da região e levados de caminhonete para o Hospital Santa Casa. A jovem já chegou sem vida e Fábio em estado grave. As equipes médicas acionaram a polícia.

    Em Rio Branco, a família da jovem começou a receber ligações avisando sobre o que tinha acontecido.

    “Falaram que tinham matado ela, mas não acreditamos, entramos na internet buscando informações. Só acreditamos quando o pessoal do IML mandou a foto da identidade dela. Ela perdeu muito sangue, do local onde estavam para o hospital dá quase três horas de viagem “, acrescentou.

    O corpo de Flávia será trasladado para Rio Branco em um voo particular de uma funerária. A família conseguiu arrecadar R$ 20 mil para os procedimentos. O velório e enterro serão no Cemitério Morada da Paz.

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