Bruna Muratori, a jovem que vive no Mc Donald’s no bairro do Leblon, na região sul do Rio de Janeiro, junto com sua mãe, falou pela primeira vez sobre o caso. A mulher, que atualmente não possui residência fixa, participou do podcast Fala Guerreiro, na última quinta-feira (03.05) e detalhou sua rotina vivendo no local após o caso viralizar ao ser revelado pela CBN na última semana.
Ela e a mãe vivem no lugar há cerca de três meses ao lado de 5 malas. Segundo apuração, elas am o dia na região, chegam a consumir no estabelecimento e só saem de madrugada, quando a loja fecha. Durante entrevista, Bruna afirma que se assustou com a repercussão sobre o caso. “Não era pra ter acontecido isso, essa repercussão, essas matérias, histórias. A gente estava, simplesmente, resolvedo uma situação que não via como problema. É bem comum em outros países isso acontecer, na Europa, Estados Unidos. O pessoal faz isso. Pela sua questão e motivo, entende?”, disse ela.
A gaúcha ainda esclareceu que ela e a mãe, Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, não estão vivendo no Mc Donald’s há 90 dias conforme publicado na imprensa. “É uma questão de sobrevivência. Não é aquele tempo que falam. É no máximo um mês e uma semana. Até porque, eu estava trabalhando, estava em outro lugar. Isso é fora da realidade. [dizer que vivem no loval há três meses]. Impossível”, afirmou.
Logo após, o apresentador Rafa de Martins questionou sobre como é viver em uma lanchonete. Ela responde de maneira irônica: “É maneiro, é bom… Come bem! Pra quem é viciada em café, é o melhor que tem. Sério mesmo. Como estava dizendo, não é um problema. Virou um problema quando a matéria saiu. E uma matéria de qualquer jeito. Era uma situação básica na nossa opinião. A gente vai resolver aqui… Vai talvez em umas semanas, mas resolver virar a página e acabou isso na sua vida. Só que não acabou e virou uma sensação”, concluiu.
A jovem ainda detalhou como mantiam a higiêne em dia e como se mantiam no local. “Eu estava trabalhando e tem meu pai que sempre ajudou financeiramente. Independente de qualquer coisa, ele sempre ajudou. Tem [o dinheiro] do meu trabalho. Sempre guardei dinheiro. Agora estou afastada. Eu pedi para me afastar por conta da minha situação. Cheguei a trabalhar estando ali, mas não dava certo, era cansativo. Questão de banho… Outra coisa que estão atrasados, não é gente? Todo estrangeiro paga hostel, flat, hotel para tomar banho. Tem alguns shoppings que, às vezes, disponibilizam também. Tem alguns aeroportos no mundo que também tem. A pessoa só tem que pesquisar”, explicou ela. “Ultimamente estou tomando banho na casa de uma amiga. Tenho amizades. É melhor que ficar pagando. A minha mãe também vai na casa dessa minha amiga ou na [casa] da amiga dela”.
Em outro momento do bate-papo Bruna detalha seu dia-adia ao lado da mãe. “A gente cochila. Já ficamos lá em cima, mas as malas são muito pesadas para subir e a gente não fica pedindo para os meninos. Já teve gente que sentou ali e a gente esperou sair. É mais um ponto estratégico para não atrapalharmos o local de entrada e saída.
Ela explica como fazem quando a lanchonete encerra o expediente às 5 da manhã. “Saímos dali e aguardamos. Porque eles fazem a limpeza geral. É super tranquilo. Eles trocam a equipe. […] Já ficamos em outros lugares. Mas não é perigoso, pelo menos para a gente.
Logo após, ela revela que teve a ideia de se mudar de Porto Alegre para o Rio. “Foi minha [sugestão], embora a minha mãe tenha dado ideia na época. Meu pai já estava morando fora do país. A gente ia para Paris, porque tive um convite para ser modelo, em uma agência muito boa. [Nessa época] Eu já queria ser policial, ams ficava ‘Ah, acho que vou fazer, ganhar dinheiro. Então está tudo bem’. A gente veio para o Rio antes e acabou ficando e começou a desfocar. Comecei a não querer ser modelo. Você vai ficando mais velha… Eu desisti da história”.