A negligência na saúde pública durante a gestão do ex-prefeito Zé do Pátio continua gerando graves consequências para a população de Rondonópolis. Um dos casos mais alarmantes veio à tona através do processo judicial nº 1039949-22.2023.8.11.0003, no qual uma mulher denuncia ter perdido 14 órgãos após um erro de diagnóstico cometido pelo Laboratório Central, que operava de forma irregular na istração ada.
O laboratório, que durante anos funcionou sem aprovação do Ministério da Saúde, foi responsável por exames de citologia/Papanicolau com diversas falhas. Dados apontam que, durante esse período, o índice de diagnósticos de HSIL (lesões precursoras do câncer de colo do útero) esteve abaixo do mínimo exigido, comprometendo o tratamento precoce da doença e colocando em risco a vida de centenas de mulheres.
De acordo com a ação judicial, a paciente realizou um exame preventivo em 2018, após o nascimento do filho, cujo laudo apontou normalidade. No entanto, em 2020, foi diagnosticada com um câncer avançado. Durante o tratamento, ao encontrar outra paciente com relato semelhante, decidiu solicitar uma revisão de seu exame original.
O material foi enviado ao Laboratório Bacchi, em São Paulo, onde renomados especialistas – Dr. Carlos E. Bacchi, Dra. Cristille Peres de Freitas e Dr. Carlos David T. dos Santos – identificaram que a paciente já apresentava lesão HSIL desde 2018, mas o erro do Laboratório Central impediu o diagnóstico precoce. Sem o tratamento adequado na época, a doença evoluiu de forma agressiva, levando à necessidade de cirurgias mutilantes.
Ao longo de vários procedimentos cirúrgicos, a paciente perdeu o útero, o colo uterino, a tubas uterinas, o ovário, parte da vagina, paramétrios, rim, seio renal, pelve, hilo, segmento de ureter e fáscia de Gerota, totalizando 14 órgãos extraídos.
O médico responsável pelo laudo incorreto foi denunciado ao CRM-MT. No processo disciplinar, ele itiu o erro, mas alegou que a leitura da lâmina foi feita por uma profissional não médica, isentando-se da responsabilidade direta.
Já o município de Rondonópolis, em sua defesa na ação judicial na época, negou qualquer falha na análise dos exames. O Governo do Estado de Mato Grosso, por sua vez, declarou que não possui responsabilidade sobre a gestão do Laboratório Central, que operava sob a istração municipal da época.
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