A prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, usou os bebês reborns – bonecas realistas que se assemelham a recém-nascidos – para incentivar uma campanha de vacinação municipal contra a gripe. O tema tem ganhado destaque nas últimas semanas.
Em uma postagem realizada nas redes sociais da prefeitura, neste sábado (17), a istração municipal alerta que “bebês reborns não pegam gripe”, mas que os humanos, sim.
Calil justifica a proposta com base em episódios recentes que ganharam repercussão nas redes sociais. Um deles envolveu uma adolescente em Minas Gerais que levou um bebê reborn a um hospital público para obter atendimento prioritário.
– Esses exemplos ilustram a necessidade de um dispositivo legal específico que preserve o direito das crianças reais – argumenta o deputado na justificativa do projeto.
Já a deputada Rosangela Moro (União-SP) propôs o Projeto de Lei 2319/2025, que trata da saúde mental de pessoas com vínculo afetivo intenso com bonecas reborn. A proposta estabelece que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os centros de atenção psicossocial ofereçam acolhimento especializado e humanizado para indivíduos que apresentem sofrimento emocional decorrente dessa relação.
– Não se trata de criminalizar o afeto, mas de reconhecer que, em alguns casos, ele pode ser sintoma de uma dor psíquica profunda que merece atenção do Estado – afirmou a parlamentar.
Em outra frente, o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou a Indicação 1376/2025, que sugere ao Ministério da Saúde a elaboração de campanhas educativas para alertar a população e profissionais da saúde sobre a proibição de atendimento a bonecos reborn no SUS e em unidades privadas conveniadas.
A medida não tem força de lei, mas serve como orientação. Segundo o parlamentar, profissionais que prestarem atendimento a bonecas poderão ser punidos com demissão ou multa de até R$ 50 mil.
– A proposta visa preservar a seriedade do sistema de saúde e evitar o uso indevido dos recursos públicos – destaca Bilynskyj no texto.
Por fim, o Projeto de Lei 2346/2025, do deputado Zé Trovão (PL-SC), vai além e propõe a proibição total do uso de quaisquer serviços públicos — de saúde, educação ou transporte — para bonecas reborn. A proposta define expressamente que esses objetos, por não serem seres humanos, não devem ocupar vagas ou usufruir de benefícios em instituições públicas.
O descumprimento acarretaria advertência e, em caso de reincidência, multa de R$ 1.000.
– Embora o apego emocional seja legítimo, o deslocamento desse vínculo para o campo dos direitos públicos constitui um desvio de finalidade – argumenta o deputado.