A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) após ela anunciar em uma entrevista a um canal do YouTube que está fora do Brasil. A PGR entrou com uma manifestação física no Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão e também à perda de mandato, após análise da Câmara, por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli diz que não está abandonando o Brasil e que considera a saída do país “um ato de resistência”. “É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, afirmou. “Eu tenho ficado calada diante de um pressão judicial que eu tenho sofrido. E, me cansei, me cansei de ficar calada”, disse em entrevista à Rádio AuriVerde.
A deputada disse que vai ficar na Europa por ter cidadania europeia e que vai “denunciar a ditadura” que, segundo ela, vigora no Brasil.
“Vou me basear na Europa. Eu tenho cidadania europeia, então estou muito tranquila em relação a isso. Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Não é desistir do país, muito pelo contrário, é resistir. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, declarou.
Decisão do STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 14 de maio, por unanimidade, condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.
Além da prisão, ela precisará pagar uma indenização de R$ 2 milhões. O Supremo também determinou a perda do mandato da deputada, a ser executada após o trânsito em julgado da ação — quando não houver mais possibilidade de recurso.