Um trabalhador, que foi injustamente envolvido em um processo criminal após ter os dados utilizados por um homem suspeito de tráfico de drogas e com antecentes criminais, conseguiu provar na Justiça que era inocente. No dia da prisão, a vítima estava na cidade de Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, onde atuava como classificador de grãos.
Segundo o defensor público responsável pelo caso, Júlio Vicente Andrade Diniz, a vítima só descobriu que respondia a um processo criminal ao ser recusada em uma vaga de emprego. A rejeição ocorreu porque o nome dele constava em um sistema da Justiça, como réu pelo crime de tráfico de drogas.
O verdadeiro autor do crime, ao se ar por uma pessoa sem ficha criminal — que nesse caso era o trabalhador processado injustamente — conseguiu ser liberado pela Justiça sem pagamento de fiança e beneficiado por medidas cautelares.
Com isso, a Justiça determinou à polícia a realização de uma investigação para confirmar a verdadeira identidade do suspeito. No pedido, foram incluídas comparações fotográficas e o requerimento de exclusão do trabalhador inocente do processo.
Após a perícia datiloscópica, o Juízo da 5ª Vara Criminal de Sinop, a 503 km de Cuiabá, acatou o pedido. Na decisão, o juiz Anderson Clayton Dias Batista determinou a exclusão do trabalhador do processo e decretou a prisão preventiva do suspeito por uso de identidade falsa.